sábado, 14 de setembro de 2013

Eu Matei Caetano Veloso - Final

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domingo, 8 de setembro de 2013

Heavy Meta

Nunca serei
o que hoje fui
neguei, mas sei
o cheiro de chuva cai
como uma luva, e vai
ecoando a meu comando entre quatro paredes
rememorando na rede do quarto, e a sede
celeuma será? Sei ler, reclinado, lento, aluado
alugando o pensamento de outra pessoa

Li, lerei
Sim, serei
E terminaremos a peça por hoje
o gingado fracassa, e a raça admite:
No limite, deu errado a bravata
E por mais que grite, não hà coisa mais chata
que os pormenores enigmáticos de uma poesia abstrata.

sábado, 7 de setembro de 2013

Êxtase Incestuoso

Priceless Domain
The Battle for Spain
Chronology, Technology
Hot, Flat Diplomacy
Sialgna, je ne sais quoi
O que está aqui certamente não está lá
1001, 2001, 2002, Blue Motel
Anos noventa saindo do papel
CDs gramática, running tax
100 próximos anos repletos de Tex-Mex
transbordância na abundância, lutando na balança
lutando contra os sonhos de eugenia, transgenia
menina que estudava sobre tudo e não sabia
Jackboot e Kissinger, pálidos canalhas
O Último Templário venceu 50 Batalhas
mas dos ratos e romanos não tem lembranças.
Dragões, martelos;
Cassinos e castelos
Suffer the strain
And television will go down the drain

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

A Fábrica

Fábrica de pensamentos
imensa, inesgotável
árvores vazias ao relento
copas decepadas de maneira hábil
cinza imensidão
larga, profunda
amarga, fecunda,
pare três bebês por minuto

O sol é deveras negro
O céu se assemelha a um pneu
negro turbilhão, tempestade do eu
chove sobre a planície, e disse o pelego
"De volta ao trabalho! Ele será diminuto
e cada vez menos, quanto menos pensarem"

Eu sinto calor e se e amarem
e rezarem por mim, prometo negar
o seleto respirar, e no centro da estrutura quadrada
me atirar ao vazio, e o nada
permanece imenso, inesgotável.


segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O quinto cavaleiro

A escalada da insanidade prossegue essa semana. Tudo sobe: os índices da economia em recuperação, as bolsas, a confiança dos investidores, as chances de uma nova guerra no Oriente Médio. E não é mera coincidência.
Já sabemos hà certo tempo que Obama quer ser Bush; um Bush cool, menos cowboy e mais vlogueiro, mas um Bush mesmo assim. A caótica, ainda que rápida, intervenção militar na Líbia foi seu momento de pouso com caça militar e jaqueta de couro no USS Brooklyn para declarar 'missão cumprida'. A missão foi cumprida? Qual era realmente a missão? Se era matar Khadaffi(Ou Gadhafy? Ou Al-Kadaffi? Ou...) foi bem-sucedida; se era permitir uma nova democracia nascer na região, fracassou fragorosamente, como todas as outras tentativas americanas nessa década e provavelmente nas próximas.
Obama sabe como ninguém aplicar o Keynesianismo militar de Bush, mas agora com elementos de Toyotismo; seus drones são encomendados e enviados em missões just in time, evitando engajamentos longos. Nunca o termo 'destruição criativa' se aplicou tão bem.
Enquanto isso, o mundo se mobiliza contra a vontade dos tiranos. Manifestações são organizadas, surpresa, nos mesmos países que prometem derrubar a ditadura fracassada de Assad para em seu lugar instalar uma democracia fracassada. O povo Americano, previsivelmente cansado de mandar seus filhos lutarem e morrerem em guerras que nada lhe dizem, não engoliria tão facilmente esse novo hambúrguer frito pela administração Obama. O congresso, com bom-senso (e de olho nas eleições ano que vem) parece receoso em acatar a nova aventura militar do Nero do Potomac. 
Mas eles são tolos se acham que isso vai parar o salvador da pátria. Poucos dias após o aniversário dos 50 anos do famoso discurso de Martin Luther King em Washington, Obama anuncia que o apoio popular e aval do Congresso é muito legal, e tal, mas é a cereja e não a massa do bolo; ou seja, ele iria à guerra com ou sem o apoio de qualquer pessoa que não fosse ele mesmo(e, espera-se, Michelle; enfrentar uma guerra sem nem mesmo ter o apoio da esposa deve ser difícil). Ao invés de I have a dream, Obama diz: I have a drone.
Eu torci por Obama em 2008 e 2012; na época, parecia difícil haver alguma coisa pior no mundo do que o Partido Republicano, uma coleção mal-ajambrada de imitadores de John Wayne com acesso à tanques, pastores evangélicos saídos de um filme pós-apocalíptico, boçais do Kentucky com seus McAtaques Cardíacos, e plutocratas sacanas com seus sorrisos de Botox. Parecia uma escolha entre a oposição sensata e o apocalipse. Fácil. Hoje percebo um quadro diferente.
A diferença entre Obama e Bush é que Obama é inteligente. Perspicaz, competente, capaz, o que quiser. Bush não servia nem para vendedor de carro; Obama comunica como ninguém seus anseios imperialistas a uma geração de jovens nascidos depois da Tempestade no Deserto. Obama age como a única alternativa porque ele sabe que é a única alternativa. O Partido Republicano tinha a desculpa de ser formado por insanos geriátricos; já Obama sabe o que está fazendo. 
Os ditadores do Ocidente movem seus peões para perto da Síria, e respondem de formas diferentes aos anseios de seus povos. Na Inglaterra, David Cameron submeteu sua guerra ao Parlamento, e perdeu a chance de se tornar um herói de guerra. Na França do Presidente socialista François Hollande, o mesmo erro não será cometido: a guerra não passará por aval da Assembléia, impedindo que uma coisa tola como a democracia impeça o livre exercício da política externa francesa. François Hollande está, nesse sentido, se mostrando o melhor aluno do Presidente Obama.
Tudo isso aumenta as tensões entre os Ditadores do Ocidente e o Czar Vladimir Putin, que apóia a tirania Síria. Agora, se vocês me desculpam, eu vou assistir a um bom filme americano, porque pelo menos neles você encontra alguém para quem torcer; o vilão e o moçinho são facilmente identificáveis. A vida real raramente nos concede esse luxo, e para todo lugar onde olho, vejo um exército de Voldemorts sorrindo com arrogância em seus palácios, mentindo para as câmeras, aniquilando milhares de vidas com uma canetada em salas de reunião refrigeradas, enquanto os Harry Potters são caçados e exilados.

Franco Alencastro está irritado demais para pensar em alguma frasezinha.
Música da Semana: Black Sabbath - War Pigs