terça-feira, 30 de outubro de 2012

Uma sugestão simples pra resolver a crise da dívida(sem irritar os tais criadores de riqueza)

É fato que estamos vivendo em uma época complicada. E não, isso não é um pastiche do meu último artigo. Evidentemente, isso vai levar ao corolário da Lei de Poe, que é:
Quando alguém defender a própria opinião depois de fazer uma paródia da opinião do adversário, sempre surgirá um espírito de porco para apontar que a paródia era menos caricata que a opinião real.
Se bem que, pensando bem, talvez isso seja muito específico para ser usado. Droga, nunca vou ganhar nenhum dinheiro com Copyright desse jeito.
 
Enfim, após essa introdução inútil, começemos sem mais delongas o post.

Afinal de contas, qual é a raíz da crise econômica que a Europa atravessa? Essa é uma pergunta importante, já que a solução, acredita-se, passa pela raíz. 
Quem está à esquerda defende que os bancos e suas operações financeiras arriscadas puseram muito dinheiro em jogo e assim levaram à crise, e que portanto só mais regulamentações nas finanças impedirão uma nova crise. À curto prazo, propoem um aumento de impostos para os mais ricos, que, dizem eles, podem pagar pelos próprios estragos.
Quem está à direita defende que, causadores da crise ou não, os bancos não devem ser responsabilizados pela atual crise da dívida- para pagar a tal, seria necessário arrocho salarial e impostos mais altos, recaindo especialmente sobre os menos afortunados.
Eu poderia apontar mil inconsistências na lógica da direita, mas deixarei isso para outro post. O fato é: Brigar não nos levará à lugar nenhum. A solução, aqui especialmente, é a conciliação.
E como isso se traduz em termos práticos? O jeito mais fácil é criando uma solução que agrade à todo mundo. Ora, Franco, não é isso o que os governantes tentam fazer nos últimos três anos? Ora, é claro que não, leitor inexistente. As soluções defendidas até agora foram quase que inteiramente para estimular a oferta, de diversas maneiras. De novo, a falsa equivalência se faz sentir no debate. O mito de que teria havido um estímulo à economia pago pelo Estado em 2009-2010 é apenas isso, um mito. O que houve foi uma pilhagem de patrimônio público sem precedentes na história humana, exceto talvez nas infames enclosures. O risco foi socializado, e o povo pagou a conta. Em um verdadeiro estímulo Keynesiano, os Estados não teriam resgatado bancos enormes que, no fim, não produzem nada, e sim investido em obras públicas para criar empregos e estimular o consumo pelos próprios cidadãos. Ao invés disso, resgataram-se os verdadeiros causadores da crise.
Mas não estamos aqui para falar do que poderia ter sido feito então, e sim do que pode ser feito agora. Os mundos de 2009 e 2012 podem até não parecer, mas são bem diferentes. Em 2009 tínhamos um mercado financeiro em queda livre; agora, os mercados financeiros estão aí, urrando pelo pagamento das dívidas gigantescas que os resgataram.
Assim, a solução para a crise deve ser feita pensando no futuro, e não no passado. E o que tem de mais vanguardista do que pensar com 30 anos de antecedência?
Pois o mundo desenvolvido está ficando velho, minha gente. E com mais velhos, a conta da aposentadoria aumenta, pois ainda por cima, em uma sociedade com a taxa de fertilidade em queda, hà poucos jovens para pagar a conta. E a conta não fecha. Esse é um dos principais argumentos daqueles que defendem a austeridade fiscal e, honestamente, é também o melhor.
É nessas horas que você pensa: Mas e todas aquelas matérias sobre os tais velhinhos que vivem melhor, fazem esporte, levam vidas saudáveis aos 60, 70 anos? Pois é, leitor, eu também, e isso me faz pensar no que pode ser feito. Afinal, se um velhinho pode fazer windsurf aos 75 anos, também pode trabalhar. É duro, mas é verdade. 
Assim, eu proponho aumentar a idade mínima de aposentadoria para 80 anos.
PORRA, Franco! Oitenta anos? Acha que é o que, o Presidente do FMI? Um neoliberal? Um NAZISTA?
Calma lá, nerd tetudo, deixa eu terminar meu raciocínio. É fato que botar a aposentadoria em 80 anos praticamente vai acabar com ela, excetuando-se os seletos velhinhos que vivem muito além disso. Mas a questão é: Você não fica entediado depois de três meses de férias? Agora imagine o tédio desses três meses, estendidos por anos, possivelmente décadas. Pessoalmente, é uma tortura que eu não desejo pra ninguém. 
Eu não sei quanto à você, e posso até estar falando besteira, mas as pessoas que conheço parecem se divertir muito mais em pequenos intervalos de ócio. Afinal, o ócio só é divertido porque é a exceção. Se se torna a norma, vira uma tortura, tão ruim quanto o trabalho.
Então, frente à essa sociedade imaginária em que as pessoas essencialmente trabalham até morrer, qual é minha segunda proposta, agora que os pagamentos de aposentadorias estão neutralizados?
Simples. Diminuir as horas de trabalho. 
A lógica é bem simples. Ao longo de uma vida, trabalhamos X horas. Se estendermos a duração da "vida útil", trabalharemos X+Y horas, mas, se reduzirmos a carga horária de trabalho, de 44 horas semanais(pegando a norma brasileira que, bem ou mal será afetado por isso num futuro não muito distante) para, quem sabe, 34, teremos a mesma produtividade de antes, com pagamentos de segurança social muito menores e uma geração de bem-estar, acredito, bem maior. 
Com essa solução, as pessoas deixarão de passar tanto tempo em cadeiras de balanço pensando em amigos que já morreram e passarão mais tempo com a família enquanto ela ainda é jovem, tirar férias mais longas, conhecer o mundo enquanto ainda tem energia para isso. Inclusive, com a redução de impostos possibilitada pela queda do pagamento de aposentadorias, terão mais dinheiro do que antes, precisando trabalhar menos. 
Uma experiência semelhante foi tentada na França, em 1998. O projeto, cria do premiê socialista Lionel Jospin, reduziu a carga de trabalho semanal de 39 para 35 horas. Nos três anos seguintes(dois, segundo algumas fontes), o impacto estimado pela nova lei foi de criação de 350 mil empregos, o melhor resultado da década de 90 na França, ajudado em parte, é verdade, pela flexibilização das leis salariais, que facilitaram a contratação de pessoas à meio-período para compensar a perda de produtividade à curto prazo.
É mais do que um projeto de justiça social, ou de simples pagamento da dívida. É uma nova forma de organizar a sociedade.
Então, o que estão esperando, burocratas de Bruxelas? Esse projeto está prontinho pra vocês. E eu nem vou cobrar Direitos Autorais.

Franco Alencastro fica um pouco cheio de si, às vezes.

sábado, 20 de outubro de 2012

E, para aqueles que estão se perguntando...

O último post foi, sim, uma paródia. Eu inclusive até peguei bastante pesado para que ficasse bem claro que era uma paródia do comportamento "Classe Média Sofre", uma sátira do sequestro do discurso reformista no Brasil pela direita conservadora, e um pastiche de Jonathan Swift. Também é um comentário sobre o apoio unânime que os supostos especialistas em economia dão ao neoliberalismo, com o aval da grande mídia.
Se você não percebeu nada isso, que Deus tenha piedade de sua alma, porque o sistema de ensino não vai ter. Ou sso, ou isso só mostra como o conservadorismo no Brasil acabou ficando tão exagerado que virou uma caricatura de si próprio, à ponto das pessoas acharem que alguém tenha aquelas opiniões. Bom, muito provavelmente várias pessoas tem- elas só não falam (muito) alto.

Franco Alencastro odeia ter que explicar a piada.

Modesta Proposição para a Resolução dos Problemas do Mundo.

Muita tinta tem sido gasta na palavra "crise." Passamos o dia todo falando de Crise Ambiental, Crise Econômica, Crise de Valores, Crise de Confiança no Governo, Crise! Crise! Crise!
Eu não sei quanto à vocês, mas estou cansado de tantas crises. Cadê aquele sentimento bacana de estabilidade e progresso que nós tínhamos numa época não muito distante dessa? Ele deve ter ido pra algum lugar.
Hoje, eu me dispus à recuperá-lo. Assim, saí em uma jornada de descoberta pessoal, através do consumo indiscriminado do que a mídia mais tradicional, comercial e respeitável diz sobre a resolução dos grandes desafios que se encontram à nossa frente, isso é, quando ela não está ocupada  em transmitir cada passo da Carminha, algo que, felizmente, também ficou pra trás. 
Assim, tendo como base nenhuma reflexão pessoal e uma fé naquilo que o senso comum e as vozes de nossos queridos especialistas aconselham, aqui estão as soluções para os paradigmas atuais da civilização, elaboradas sob a forma de oito modestas proposições para tornar melhor a vida de todos, especialmente os que merecem.

1) Reformular nosso código tributário.
Ninguém pode negar a importância disto! Afinal, o que causou a crise na Europa? Seria a desregulamentação do setor financeiro, levando à uma expansão incontrolável de bancos que faziam apostas arriscadas e davam recompensas bilionárias para os CEOs que, no fim das contas, botaram tudo à perder? 
...Ora, eu tenho cara de quê? Comunista? Quer dizer, é evidente que estamos em tempos difíceis, mas nem por isso devemos ceder à tentação de culpar pela crise atual os membros mais produtivos de nossa sociedade. Afinal, se um trabalhador recebe 1000 R$ por mês e o seu patrão recebe 50 000 R$ por mês, é evidente que é porque o patrão trabalha 50 vezes mais intensamente.
Assim, reformas são necessárias para que se recupere o crescimento econômico, chave da felicidade de nossa nação. Proponho que se eliminem os impostos para aqueles que ganham mais de 1 milhão de reais por mês. Assim, estaremos reconhecendo-os como os membros mais valiosos de nossa sociedade. Afinal, durante muito tempo estes titãs foram esmagados por regulamentações excessivas de caráter socialista que os impediam de contribuir à sociedade com sua genialidade.
É claro, essa estratégia tem limites, e precisamos encontrar uma maneira de fechar as contas do Estado. Sem a receita dos impostos pagos pelos ricos, é provável que os 90% mais pobres da população devam pagar algo como 80% de sua renda em impostos. Mas isso, caro leitor, será positivo! Afinal, se, quanto mais pobre você for, mais impostos pagar, isso se tornará uma incentivo para ficar rico.

2) Acabar com o assistencialismo, criando oportunidades.
Falando nos pobres, é evidente que o assistencialismo excessivo de nosso governo Bolchevo-Socialista cria uma sociedade injusta, em que espertalhões abandonam seus empregos pagando salários na casa de algumas centenas de reais para ficarem em casa, mamando nas tetas do Estado, recebendo uma pequena fortuna   em benefícios governamentais. Tudo uma estratégia para que se perpetue ditatorialmente o tal governo, criando uma massa cativa de eleitores.
A classe produtiva cansou-se disso, e exige que se acabem esses benefícios para que se crie uma cultura empreendedora e trabalhadora nesse país de preguiçosos e miseráveis.
É evidente que, com o aumento de impostos para os pobres, deverão ser criadas oportunidades para os afetados. Desde já, sugiro o resgate do milenar esporte da caça, estabelecendo-se um sistema onde as mães interessadas deixarão suas crianças no cuidado de country clubs situados perto de florestas e outras áreas naturais, onde serão caçadas pelos sócios, junto com outros animais da fauna local. O sistema já está sendo implantado nos EUA.

3) Privatizar!
Indo no mesmo sentido das últimas propostas, é evidente que nosso modelo atual de gestão dividida por empresas e governo não está funcionando. As estatais são ineficientes e geram perdas trilhonárias para o contribuinte e os cidadãos de bem(s). Assim, é preciso demolir o aparato de Estado, privatizando-se o sistema de Saúde, as escolas, as estradas(bom, as que já não são privadas), as florestas, as praias(só assim se acabará com os farofeiros. Quer pegar sol? Fique na laje!) nosso espaço marítimo e o ar. Se o ar de São Paulo, por exemplo, for deixado em concessão à empresas privadas, ele com certeza ficará mais limpo, e todas as pessoas que não puderem pagar... Bom, é só voltar pro Ceará.
É claro, nem tudo é ideologia, e é preciso que os contribuintes ajudem á financiar essas empresas quando elas estiverem em dificuldades. Pela causa do capitalismo.

4) Vigilância constante para uma vida mais segura.
É claro, todas essas modificações súbitas na forma de se administrar o Estado trarão certas insatisfações. No passado, a falta de meios significava que o Estado não tinha como saber quem estava insatisfeito, e essa insatisfação às vezes crescia á ponto de ebulição, resultando em algo que no passado se conhecia como "revolta". Para que se evitem novas "revoltas", que muitas vezes resultam em grandes desrespeitos ao direito sagrado da propriedade , é preciso que o Estado, recuando da área econômica, garanta os direito de seus cidadãos, mantendo uma vigilância constante na área pessoal. Para tanto, recomendo que sejam expandidas as redes de câmeras de supervisão de circuito fechado, muito populares em países civilizados e desenvolvidos, como a Inglaterra. É claro, isso só não é suficiente. As próprias famílias muitas vezes são focos de onde se espalham bobagens anti-sistema. Assim, a expansão das forças de vigilância em patrulha 24-horas pelas cidades também incluirá a contratação de uma pessoa por família, que garantirá que todos no domicílio estejam satisfeitos com as reformas. Durante os três primeiros anos de contratação como "Vigilante Familiar", o uso de um chip especial para reduzir a disparidade entre as ordens recebidas e efetivamente aplicadas será opcional.

5) Reformar a Democracia. 
É impossível ter democracia em um país de tanta desigualdade, afinal as diferenças de classe jogarão as pessoas umas contra as outras, e o analfabetismo endêmico em nosso país impede que as pessoas se informem corretamente da política, escolhendo candidatos que, muitas vezes, não representam seus verdadeiros interesses. Assim, é preciso resgatar os princípios do grande patriarca de nossa independência, José Bonifácio, expressos na Constituição de 1824. Ele sem dúvida ficaria deprimido com todas as modificações que ocorreram desde então, e gostaria que se restaurasse o espírito com o qual essa nação foi orifinalmente fundada- e assim, defenderia a limitação dos votos para mulheres, pessoas de baixa renda, analfabetos e escravos. É claro, não há mais escravidão hoje em dia, mas os descendentes de escravos são facilmente identificáveis pela cor da pele, o que possibilitaria sua exclusão benigna do processo eleitoral. Digo exclusão benigna pois são pessoas que, geralmente, votam pensando em interesses de curto prazo. Se deixarmos a democracia para pessoas imbuídas de verdadeiro espírito cívico e um projeto de nação, esse país poderá chegar ao desenvolvimento. Todas essas reformas inclusive tornarão a democracia um assunto mais agradável, e acabarão com as longas filas nos dias de eleição.

6) Expandir os direitos de propriedade intelectual.
Se você acreditar nos malucos que surgem pela internet, vai pensar que as leis de propriedade intelectual entravam a criação de ideias e novos produtos. Ora, isso é como dizer que o fato da polícia prevenir roubos é algo ruim! O extremo lógico do raciocínio dessas pessoas é o fim dos direitos de propriedade. É claro que 70 anos após a morte não é suficiente como limite para a quantidade de tempo em que um autor deve continuar recebendo. Afinal, a sua redação da escola nunca foi tomada por ninguém, ela é trabalho seu e você mereceu aquele 6,0 medíocre! Por isso, defendo a expansão dos direitos de propriedade intelectual ad infinitum. Assim, se o copyright valer até o dia do Juízo Final, haverá mais incentivo para produzir até lá. 
Além de uma expansão quantitativa dos direitos, deve haver também uma expansão qualitativa. Assim, para financiar a máquina do Estado, serão feitas privatizações de criações do domínio público, como a música da Ciranda Cirandinha, do personagem Saci Pererê, e do patrimônio genético da nação brasileira, rico graças à sua miscigenação, com base na bem-sucedida experiência islandesa. Também serão feitos leilões para a venda de nomes, como Fernando e Carol, que poderão ser alugados aos pais que quiserem dá-los à seus filhos pelos proprietários. A palavra "Saudade", que só existe na nossa língua, poderá trazer um retorno particularmente grande se leiloada.

7) Acabar com o desemprego.
O desemprego é um grande problema no mundo atual. Países como a Espanha chegam á taxas absurdas de 25% de desemprego. O que fazer então?
Podemos começar simplesmente pela proibição do desemprego. Quem ficar desempregado, vai pra cadeia. Simples assim. Isso permitirá à nossa nação evitar a proliferação de pessoas desocupadas, vivendo de ajuda do Estado, de favor ou simplesmente de tocar triângulo no Metrô. Estendendo-se esta proibição para moradores de rua, famosos por espalhar sujeira e serem tão desocupados como os desempregados, teremos ruas mais limpas e pessoas bem-ocupadas.

8) Acabar com os destaques indevidos da suposta "multiculturalidade"
A maioria está cansada de ser oprimida pela minoria. Chega de valorização das culturas afro-descendentes e de "religiões" como a Umbanda em detrimento da fé Católica! Tudo isso advém, no fim das contas, da decisão bizarra de reparar os "erros históricos" da escravidão, como se os escravos não tivessem gostado de ganhar uma estadia gratuita em um navio de passeio, casa, comida e roupa lavada, e conhecer as praias do Nordeste e as belas paisagens do Vale da Paraíba. 
Os últimos governos se preocuparam tanto em ressaltar que essa é uma sociedade laica e multicultural, deram tantos destaques às minorias como mulheres, negros, gays e bissexuais, que acabaram de esquecer que democracia é algo que também deve interessar à maioria! E a maioria é branca, católica e macho pacas.
Ok, talvez não sejamos a maioria, mas isso não nos torna uma minoria? Logo, não devemos ser menosprezados pelos defensores da multiculturalidade! Devemos, na verdade, ter um espaço de representação proporcional! Assim, já que 90% da população é cristã de alguma forma, 90% dos anúncios que defendem a multiculturalidade deveriam defender o respeito à fé cristã e somente ela. Está na hora dessas minorias saberem seu espaço na sociedade. Não toleraremos racismo ao reverso.


E é isso. Eu agora pergunto à você, querido leitor, o sonho de uma sociedade mais limpa, mais ordeira, próspera e feliz deve permanecer apenas isso, um sonho? Ou podemos aspirar à torná-lo uma realidade? 
Se começarmos hoje, poderemos mobilizar toda a classe de pessoas exploradas por esse Governo brutal que não respeita nossos direitos, reunindo toda a classe produtiva, aliada aos cidadãos de bem(s), para que se crie um governo verdadeiramente cidadão e que supere as crises dos tempos em que vivemos. 
E eu sei que as eleições já passaram, mas não precisamos esperar até as próximas para começar à agir e botar esse plano em marcha. Afinal, o outro movimento que salvou nossa pátria da ameaça de então não esperou até as eleições de 1965.

Franco Alencastro só fala sério quando está contando piadas.

sábado, 13 de outubro de 2012

Entrevista com: Cibele Baginski

                                                    Ozzy Osbourne, curtindo um solzinho.

Todo mundo dizia que a tal da Direita estava morta no Brasil, após levar sucessivas surras do PT e ser, em grande medida, desacreditada nos meios acadêmicos e populares. Muitas pessoas respiraram aliviadas e, após décadas na luta, se recostaram: Seria, afinal, o Século 21 o início de uma virada progressista no Brasil?
Mas eis que surge  uma estudante gaúcha, no alto de seus 22 anos, com piercing no lábio e muitas ideias na cabeça(sem falar no sensacional cabelo cor-de-fogo, que... bom, pensando bem, tá mais pra cosplay de Hayley Williams) disposta à acabar com a festa da esquerda festiva-vegetariana-sexualmente-liberada-atéia-que-anda-de-bicicleta-e-compra-tudo-orgânico.
Ela é ninguém menos que a fundadora da nova ARENA. ARENA? Não, não estamos falando de uma nova modalidade do UFC, e sim do velho partido, sim, aquele da década de 60 e 70, que metia medo em todo mundo e tem algumas acusações de desrespeito aos direitos humanos nas costas.
Talvez a palavra "fundadora" seja um exagero, pois para que ocorra a Volta dos Partidos Mortos-Vivos, Cibele precisa passar ainda por vários dos estágios da Kafkiana lei brasileira de criação de partidos. O objetivo de todo esse trabalho? Promover uma revolução conservadora no país, salvá-lo da comunização, resgatar os valores da família e do cristianismo, e... impedir a realização da Copa. Ou algo assim.
Mas quem é, afinal, Cibele Baginski? O que levou ela à escolher esse caminho, quando poderia estar fazendo algo mais digno e tipicamente gaúcho, como descascar e comer pinhão na varanda de casa? Do que ela gosta na vida?  Será que um comunista devorou seu irmãozinho quando era criança? A resposta dessas e outras perguntas você encontra... bom, não aqui. Aqui não é o Kibe Loco, pelo menos ainda não. Segue uma entrevista felizmente informativa e certamente recheada de insípida neutralidade jornalística, em que muitas perguntas serão respondids por essa polêmica personalidade dos anos 10.
(Na verdade, começei à fazer a entrevista ligeiramente depois de ela ficar bastante atarefada, então essa, com sorte, será apenas a primeira parte. Eu adicionarei o resto das perguntas quando forem respondidas.)
  
Literabyte: Olá Cibele, seja bem-vinda ao Pingue-Pongue do Literabyte. Você talvez fique feliz em saber que é nossa primeiríssima entrevistada. A poltrona é confortável? Quer um copo d´àgua? Brincadeira, é óbvio que não podemos ver um ao outro e eu não vou enganar os fiéis leitores do blog com uma piada tão simplória. Nós do Literabyte não compactuamos com humor pós-modernista. Enfim, começemos a entrevista em si, com uma pergunta óbvia que sem dúvida está tirando todos os meus 3 leitores do sono: Como você teve a ideia de, por assim, dizer, "refundar" o ARENA?

Cibele Baginski: Sempre tive algum envolvimento com algum tipo de política e a busca de formação e informação sobre esse assunto, é parte da cidadania. Não digo que temos que gostar de políticos, no Brasil ultimamente isso tem sido uma missão impossível praticamente, mas sim de política, temos que saber o que acontece e porquê nesse país, em um termo simples muito usado pelo meu pai "quero saber o que esses caras vão fazer pra ferrar a minha vida e escolher um menos infeliz na próxima eleição se precisar trocar", ser cidadão não é compactuar com um governo, é buscar saber o que acontece e participar no que for possível desse processo democrático. Fiz amigos na faculdade, fora dela, por ocasião de leituras, jogos, gostos e outras coisas pela internet e outros eventos, e no caso dos que encontram ideias parecidas em política, sempre mantivemos conversas sobre a situação no país. Há mais de um ano que tivemos a ideia de que seria necessário um partido de direita que pudesse ser representativo para equilibrar a democracia e trazer uma opção a muitas pessoas, mas entre conversas e experiências, não tinhamos certeza se iriamos mesmo fazer algo do tipo naquele tempo. E nesse ano, depois de conversarmos mais seriamente sobre o assunto do partido ser algo importante, decidimos fazer mesmo. Estudamos os estatutos dos outros partidos, como funcionam as coisas, como pudemos, a lei eleitoral e de partidos políticos, pra pensar em uma forma de fazer isso realmente dar certo e não recair nos mesmos vícios de muitas siglas por aí que se vê. Agora pra se dizer "refundar a ARENA" em sentido estrito mesmo, eu diria que foi uma coisa natural. Tinhamos a ideia, estávamos nos organizando, e temos realmente, assim como a antiga ARENA várias tendências de direita, somos literalmente aliados, e quando tivemos que fazer uma votação pelo nome e sigla do partido (porque a opção que tivemos em mente não poderia ser usada por haver sigla igual apesar de nome diferente), uma das fundadoras de Olinda deu essa sugestão, e não deu outra, essa opção foi majoritariamente escolhida. Acredito que a forma democrática com que escolhemos essa sigla foi algo que demarcou bem o perfil que temos, a liberdade plena de pensamento que está em falta nesse país e desejamos estender às pessoas com uma opção aos que não encontram uma sigla em que se sintam contemplados politicamente. Isso colocou-nos realmente onde devemos estar na política, tomando uma posição, demonstrando que não ficaremos encima do muro, pelo contrário, que traremos um diferencial para a política nacional.

LB: Interessante. Mas porque fundar(ou refundar) a ARENA?  Afinal, vários dos pontos que vocês defendem são também defendidos por siglas como o DEM. Não seria melhor se juntar à elas?
CB: O Brasil precisa de representação democrática de todas as vertentes, e o que se vê atualmente no cenário começa na esquerda-volver e vai até uma tímida centro-direita muitíssimo moderada, que chega por vezes de ter vergonha de se dizer de direita. A fundação deste partido vem para suprir a necessidade de representação de pessoas de direita que compreendem-se nesse momento completamente sem voz na democracia tão alardeada aos quatro ventos.
Há pontos programáticos defendidos por outras siglas, timidamente, ou apenas documentalmente, mas temos um viés próprio ao propor a representação forte da direita com orgulho disso, trazendo ao programa pontos consolidados entre as várias vertentes e permitindo uma maior liberdade de pensamento e ação dentro e fora do partido.
Se unir a uma sigla, como o DEM, citado na sua pergunta, seria algo adequado somente a quem tem algum viés ideológico de centro ou centro-esquerda, dependendo da região, e claro, que seja liberal. Nesse caso, creio ser melhor rever conceitos, porque direita não é sinônimo de liberalismo, às vezes, pode ser exatamente o contrário, vide conceitos da Revolução Francesa, algumas tendências anarco-capitalistas e outras. Além disso, se unir a outra sigla significa manter-se em meio a uma política que funciona do mesmo jeito (tanto faz a sigla, estatutariamente o funcionamento de praticamente todas é igual, com pequeníssimas variações, foi feito um estudo disso), recair nos mesmos vícios tão condenados na política e não ter a chance de mudar algo. As estruturas partidárias do Brasil foram feitas para não funcionarem, e por isso funcionam perfeitamente ao seu objetivo, não é o que pretendemos, então uma estrutura engessada como as que existem não é algo interessante. Pode ser mais fácil se unir a algo que já existe, claro, até porque realmente a lei brasileira tem todos os empecilhos possíveis para que pessoas comuns possam fundar uma sigla, é muito mais difícil este caminho, mas é o mais certo a nossas convicções, e não é impossível. Ao propor-se uma nova sigla, é evidente que tentar se unir a outras não é a intenção e nem mesmo funcionaria, este é um ato que denota a opinião de que nenhuma das siglas existentes representa adequadamente o pensamento que se quer exprimir na democracia.
 LB: Agora é o momento de polemizar. Uma pergunta que deixa a maioria dos partidos suando frio: Qual é o posicionamento da ARENA frente à atual política de cotas nas universidades?

Segundo o programa partidário, claramente, somos contra quaisquer tipos de cotas. O partido entende que todos os seres humanos devem ser igualmente valorizados, e isso é uma forma de preconceito, porque ninguém tem menos capacidades que outrem, e além disso, isso é uma estratégia do governo que demonstra a falta de estrutura no país para capacitar as pessoas, no ínterim da pergunta, a educação do país em bases tem que ser melhorada, para todos, e não se criar cotas para as pessoas menos abastadas para tapar o sol com a peneira, mas pro governo, sai mais barato dar cotas e deixar pessoas não qualificadas o suficiente, por sua culpa, se formarem, do que investir em qualidade de educação básica.
Em termos mais ideológicos, observa-se que além de essas políticas serem mais agressivas que o Apartheid da África do Sul (inclusive a mim comentado por um intercambista de mestrado que lá reside quando tocamos nesse assunto há alguns anos), esse tipo de política é nada mais que um novo tipo de classismo criado pela esquerda, atrito social e preconceito criado para tornar a sociedade caótica, desrespeito ao ser humano, à dignidade da pessoa humana, como tão alardeado na Declaração Universal dos Direitos Humanos, entre outros diplomas legais e doutrinas.

LB: Então você estaria acusando a esquerda de querer provocar uma guerra de classes/ racial? 

Sim.
 Afinal, o que seria a esquerda sem o que eles chamam de 'burguesia'? A esquerda vive de atrito social, se as pessoas realmente tiverem um ambiente democrático e com oportunidades, não haverá mais nenhuma 'marcha dos oprimidos' para que eles possam oprimir mais ainda por ideais duvidosos. Um bom exemplo de como funciona essa sistemática é a obra literária 1984 de George Orwell, onde sempre é necessário haver uma guerra, um inimigo em comum para unir massas e manobrá-las ao bel prazer de um governo que preza pela ideologia do poder. É fácil observar este fenômeno no Brasil, já que estamos no governo dos então se tornaram uma burguesia nos termos de dialética de esquerda, porém, dada a quantidade de atritos sociais, não há a percepção da sociedade quanto a essa camada privilegiada de políticos. 
Talvez um exemplo mais moderno dessa situação em prática seria o que ocorreu no Paraguai, em que a velha história de que ser de esquerda é ser do contra, contra qualquer coisa, já que o procedimento de impeachment foi feito seguindo o rito constitucional (não me cabe dizer se justo ou não, não sou paraguaia - mas pelo menos dentro da legalidade), mas como os EUA foram favoráveis a esquerda foi contra alegando golpe, porém em contraponto, o regime ditatorial da Líbia enquanto aliado dos EUA era considerado terrível, porém ao haver uma comoção contrária por parte desta nação, considerada pela esquerda como imperialista, a Líbia passou a ser tratada, bem como Kadafi, como uma nação democrática sendo espoliada, ou coisa que o valha. Marx explica: Luta de Classes, e esse conceito é tão abrangente que pode ser aplicado a praticamente tudo. A esquerda cria atrito social dentro do Brasil porque a postura baseada em luta não faz sentido se não se tem qualquer coisa contra o que lutar, seja isso certo ou errado.
/EntrevistaOFF
E, por enquanto, pelo menos, é isso. De uns tempos para cá, Cibele ficou muito atarefada, ou talvez muito importante, para responder minhas perguntas. Mas eu preciso ressaltar que ela foi cortês, gentil e uma boa esportista durante toda a entrevista, e, espero, não desistirá de responder o resto das perguntaspor causa de uma ou duas comparações maldosas. Não, aquela pessoa lá em cima não é o Ozzy Osbourne, é ela mesmo.

Franco Alencastro está ficando sem ideias do que botar aqui.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Hiato

É com muita tristeza que venho apresentar um hiato criativo, AKA preguiça, AKA vagabundagem, no blog.
Porque? Bom, no momento estou sem ideias para posts originais, embora a ideia de roubar uns posts por aí tenha me cruzado a cabeça(A ideia desse post, por exemplo, peguei de um blog coreano que falava sobre hiatos. Tá, talvez não). Enquanto isso, eu já postei tudo que tinha escrito de Lista de Chamada, e como não quero postar por conta-gotas, vou esperar até ter uma quantidade razoável de cenas para postar, à ritmo de, tipo, uma por dia. Um especial de postagens que dure uma semana, como as minisséries da Globo, embora, tomara, com mais audiência. Ah, vai, provavelmente mais pessoas já leram esse blog do que assistiram Dalva e Herivelto. 
Então, é isso. Por hora, estou jogando a toalha. Um dia, ela poderá flutuar e voltar para minha mão, com ajuda da Força. Embora, segundo meu professor de Filosofia, ela possa voltar para minha mão sem ajuda da força, assim como um ovo que quebrou pode se reconstruir, e voltar para cima. Mas isso é papo para outra hora. Não, pensando bem, acho que não é papo para hora alguma.
(Exceto se você estiver no bar, e tiver bebido demais mas ainda estiver filosofando de menos, em cujo caso essa é uma boa maneira de começar uma rodada de conversas especulativas sem-sentido, e, com sorte, mais uma de cerveja.)
PS: Se bem que, no fim das contas, isso aqui é um texto, né? É até maior do que outros textos desse blog. Viu, Franco? O texto estava dentro de você o tempo todo!

Franco Alencastro gosta de falar na terceira pessoa.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Repensando a República- 2

Com o mês de Outubro começando agora, estamos cada vez mais nos aproximando daquela sacrossanta festa da Democracia- as Eleições Municipais de 2012.
Mas eu gostaria de chamar atenção para uma outra data, ligeiramente mais distante; a data na qual, na verdade, costumavam ocorrer as eleições no passado. O 15 de Novembro.
O 15 de Novembro é uma data especial, e não porque você vai ganhar feriado, seu preguiçoso. É aquela data em que nos sentamos juntos à família para fazer um balanço deste último século de Republicanismo que o Brasil viveu.
Nah, caô, a maioria das pessoas faz churrasco mesmo, e eu estaria sendo desonesto se dissesse que não é muito mais divertido. Mas, como esse é meu blog e eu sou pago para reclamar de um jeito vagamente humorístico sobre absolutamente tudo que acontece ao meu redor(ok, eu não sou pago, eu apenas tenho tempo livre) e a única outra alternativa é postar roteiros de filmes de terror que ninguém lê, lá vai o meu próprio balanço dos nossos (quase) 123 anos de República, 100% inconsequente, 100% insolente e 99% incompleto.
Fases da República
Complicada e Perfeitinha(só que não), a República é uma mulher que passou por muitas fases.
Começou com 41 anos de dominação oligárquica, ironicamente menos democrática que a monarquia semi-absolutista que nos governava até então. A ironia diminui quando você percebe que o homem que começou tudo isso(não citarei o nome de *quase* ninguém, pois a maioria dos políticos que aparecerão aqui já fizeram o suficiente para sujar o próprio nome, e outros que estavam na ativa em 1889 ainda estão participando de eleições hoje. Estou olhando pra você, Plínio.), o pai de nossa Democracia, um general dono de prodigiosa coragem, intrepidez e bigode¹, era na verdade um monarquista de carteirinha. É pessoal, ele gostava muito da monarquia, mas ele queria *outro* velhinho de barba branca no trono.
Foi um período sombrio, em que o país era governado por fazendeiros paulistas sacanas, fazendeiros mineiros não menos sacanas, e uns cabras da peste do Nordeste que adoravam encher caixas com pedaços de papel com o mesmo nome, por algum motivo.
Tudo isso provoca a ira de um grupo de militares, cuja única reação é fazer pirraça na Avenida Atlântica muito antes de ela ser conhecida como ponto para outro tipo de diabruras, e, quando isso dá errado, decidem ir acampar ao redor do Brasil.
Todo esse acampamento, e, ah, sei lá, uma eleição contestada, levam à queda da oligarquia e à instalação, durante 15 anos, do regime que muitos brasileiros consideram a "Era de Ouro" do Brasil no Século XX- o que não depõe muito à favor do Brasil no Século XX, visto que se tratava de uma ditadura fascista.
Muitos salários mínimos, votos femininos e carteirinhas de estudante depois, o tal regime chega à um fim anticlimático e é substituído pelo mais próximo que tivemos de uma democracia até então, o que dura 19 anos. É uma época, tipo assim, meio tensa- um presidente morre em exercício, outro se suicida, outro renuncia em circunstâncias que soam como piada de bar, e dois chegam à levar golpes. É uma época de ideias interessantes, como a Bossa Nova, e outras nem tão interessantes assim, como Brasília.
Os militares passam as duas décadas fazendo hit and miss, até que finalmente conseguem um headshot na democracia brasileira, que, pra todos os efeitos, morre por 25 anos. Esse período tenebroso da história nacional foi marcado por líderes cuja vontade de reprimir e torturar era infelizmente inversamente proporcional à incompetência, por inflações de 12 dígitos, projetos de infraestrutura duvidosos e as melhores músicas de rock já gravadas nessas paragens.
Quando finalmente se percebe que esse negócio de ditadura é, assim, meio anos 70, opta-se pela tal redemocratização, que inexplicavelmente demora 6 anos, e, por causa de um acidente histórico lamentável, leva o pior governo militar que nós já tivemos à ser substituído pelo governo civil mais banana que nós já tivemos. Opa, falei em banana? São 24. 500 cruzados, muito obrigado.
Esse vácuo súbito na política nacional é preenchido por toda uma geração de políticos que sem dúvida forma a mais patética pantuscada de populistas patifes e picaretas que já passaram por aqui, como Fernando Collor e Leonel Brizola². (Sim, aqui eu não me imiscuio de falar o nome, não.)
Com a chegada de uma nova Constituição, esse interregno maçante é substituído por uma Nova República, que dura 24 anos e contando. Mas... "Nova"? A desigualdade de renda assustadora e a corrupção que chega à níveis francamente patológicos são esquecidos com ajuda de um crescimento econômico bastante saudável, o que torna essa República essencialmente uma reprise das anteriores, como um tipo de colagem monstruosa, misturando populistas carismáticos, moedas flutuantes, coronéis nordestinos, brutalidade policial, e estradas que não levam à lugar nenhum. Só que com muito, muito mais memes.

Franco Alencastro is not the Real Slim Shady.

1. Agradeço à Leandro Narloch pela piada.
2. Sim, eu sei que Brizola já era político nos anos 50, mas estou pouco me lixando. Quero mais é que ele morra. ...Pera, ele já morreu? ...Mó Bad. Bom, antes ele do que eu.

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Esse é o segundo de uma possível trilogia de textos que estou fazendo sobre a nossa querida República. Para ver o primeiro, clique aqui. Para ler a terceira parte, clique aqui.