terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Crítica: O Hobbit (EUA / Nova Zelândia, 2012)

ATENÇÃO: Este post traz spoilers do filme 'O Hobbit', que talvez você devesse ver, ao invés de perder seu tempo lendo esse blog.

 https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMZp07jyjmpaP8X89IZTbL86aMfsd31JN49YfiaHYXpX0V9seECENk-rYH3wsxB4oxEn5XJBMtAMIqvy0-zgRmMHuNg5_P-yjAkjymxKkCNvOTSSwMnIuUwr5rXlsGT0lTWXwMKhktw7_O/s1600/O-Hobbit-30ago2012-01.jpg
 O lado positivo: Efeitos Visuais, atores, pastiche de Cidade de Deus, Gollum!
O lado negativo: ZZZZZZZ...

Nove anos após deixar a Terra-Média, o produtor/diretor/mago dos efeitos especiais Peter Jackson retorna ao mundo que tão vividamente trouxe para a tela do cinema em grande estilo. 
Muitas dúvidas pairavam a estréia do filme- particularmente as dúvidas expressas vocalmente por fanboys como eu. Como dividir um livro de 300 páginas, e pertencente ao pouco épico(bom, em todo caso menos épico que O Senhor dos Anéis) mundo da literatura infantil, em 3 filmes de 3 horas? E... bom, pra ser sincero, essa era minha grande dúvida mesmo. Até tive medo de admitir para meus correligionários, mas, quando me sentei para assistir O Hobbit, em uma das últimas sessões do dia de estreía(porque assistir na primeira é coisa de poser excessivamente preocupado com sua credibilidade underground) estavam preocupado que o filme acabasse sendo, bom, fraco como leite em pó diet muito diluído.
Posso contar para vocês, companheiros de blog, que este não é o caso, e contarei isso dividindo essa crítica em algumas partes, como vestígio da cartesiana forma de organização que herdei da Escola Francesa.
Visualmente, é o melhor filme do ano. Batalhas entre montanhas que ganham vida, o interior de uma cidade de esmeralda cavada na montanha, uma perseguição ágil em uma cidade-favela de goblins que parece saída de Cidade de Deus, o ataque de um dragão à uma cidade inocente sob os olhos indiferentes dos Elfos, e EU JÁ MENCIONEI A PORRA DA BATALHA DE MONTANHAS?! Se isso não ganhar um Oscar, eu não sei o que vai. Talvez, ok, A Viagem(esse título em português me dá um asco que eu vou te contar), que, pelo que eu soube, tem uns efeitos legais, mas estou tergiversando. O que vocês precisam saber é: 'O Hobbit' tem efeitos visuais melhores até do que o Senhor dos Anéis, o que não é pouca coisa. Efeitos visuais não fazem um filme, claro, como a galerinha-aí-que-odeia-Avatar insistentemente vai lembrar- mas a direção de arte nesse filme é TÃO competente que eu não sei por onde começar. Talvez os detalhes, que nem sempre me chamam atenção, porque, bom, são detalhes, mas esse filme é uma exceção: coisas simples como o goblin-datilógrafo preso em uma correia móvel, anotando as falas do Rei Goblin á la Jabba the Hutt me conquistaram imediatamente(eu faria uma comparação estilo Vestibular está-para-Y-comoY-está-para-X entre o Rei Goblin e seu datilógrafo e Jabba the Hutt e seu bichinho marrom e orelhudo, mas, como vocês podem ver, não sei o nome do segundo).
Ação, diálogos, música... tudo que é produção no filme é fantástico. Jackson, com segurança e fleuma digna de Gandalf, nos conduz em um passeio de montanha-russa, embalada por uma senhora trilha-sonora(ih rimou) e diálogos inteligentes entre a colcha de retalhos que é a Companhia dos Anões(as opposed to Companhia dos Anéis, rêrê, adoro trocadilhos). Alguns personagens dignos de nota: Radagast, O Castanho, é fã de Bob Marley e vive na floresta. Tá, não, mas é verdade que já no livro(eu só li O Silmarillion, mas ele já aparecia lá) ele era um cara que você podia imaginar gritando "420!" às 16h20 em ponto, e suas cenas no filme são hilárias, um mago desleixado e hippie como contraponto à seriedade de Gandalf. Ele também dirige uma carruagem conduzida por coelhos, o que, caso você não saiba, é foda, e ai de quem disser o contrário. 
É claro, nem tudo que é ouro brilha, embora o anel, é verdade, brilhe pra cacete. O filme é longo, e quando eu digo longo, eu digo isso como alguém que adora 'O Senhor dos Anéis' e já assistiu o filme várias vezes, e portanto está acostumado à assistir maratonas de 9 horas(bom, tá, talvez cinco, depois eu volto pra internet reclamar da vida como qualquer ser humano). Teve momentos em que eu fiquei olhando para o meu relógio para ver se o filme ia acabar logo. Nenhum filme deveria sujeitar seu espectador á isso. É claro, Jackson tem uma história à contar, mas se ele não consegue contar ela de uma maneira que me impeça de parar de prestar atenção no filme para pensar se fora do cinema já é o dia 21 de Dezembro e o mundo já acabou e só nós que estamos vendo o filme sobrevivemos ao apocalipse, então é problema dele.(Ele também podia contar a história de uma forma que não envolvesse eu ter que comprar três ingressos inflacionados, mas acho que isso sim é pedir demais) As limitações da própria estória aparecem com o tempo- eu nunca consegui me importar muito com os anões, já que eles são, o que, uns doze e são todos parecidos, além do que mesmo com a duração do filme cada um só tem umas cinco falas, e assim mal dá tempo de desenvolver a personalidade de cada um, no meio de tantas perseguições com o Zé Pequeno Goblin e PUTA QUE PARIU AQUELA LUTA DE MONTANHAS FOI MUITO FODA.

Nota final: 9/10.

2 comentários:

  1. Voce nao specificou em que supporte voce viu o filme (2D, IMAX, ou IMAX 3D) Isso varia muito no nivel estético da imagem. Alem disso, The Hobbit foi filmado com cameras IMAX 3D, um dos primeiros filmes a ser lançado com esse equipamento. Muitos disseram que o 3D da uma imagem muito suave, ate demais comparado aos 24 frames do cinema. Voce viu no que afinal?
    Curti muito a critica!
    EH NOIS FRANCOOOO
    Judiction.

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    Respostas
    1. Pior que eu pensei que esse comentário iria surgir, hehe. Bom, esclarecendo para quem quiser, eu vi o filme em 3D normal, sem ser IMAX!
      valeu manolo!

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