Capítulo
3
Alguma
coisa havia dado muito errado, mas Soares ainda não sabia direito o que.
Como
isso tudo tinha acontecido? Há trinta e seis horas, ele estava caminhando,
feliz, após ter saboreado um queijo quente(Saborear seria no entanto uma
palavra exagerada já que o dito-cujo, ou dito-queijo, nem estava tão bom), sem
preocupações quanto ao resto do seu dia, de sua vida, ou aquelas próximas
trinta e seis horas. Agora, estava em frente há uma multidão de talvez 20 mil
pessoas, gritando slogans subversivos, e o pior de tudo, dividindo um palco com
Nara Leão e Raul Seixas. Ah, e Ernesto “Che” Guevara provavelmente também
estava em algum lugar por aí.
Frente
aos gritos da multidão, uma pessoa qualquer perderia todo o foco e
concentração, e se esqueceria desses detalhes à primeira vista desimportantes e
inclusive muitos outros. Mas aquela não era uma pessoa qualquer, e sim M.
Soares, Detetive Particular.
Um
coquetel de suor, ansiedade, cachaça ruim e culinária à base de azeite de dendê
começou à se formar em uma zona que ia de sua testa à sua barriga, e, sob os
olhos menosprezantes de Nara Leão, se conjugou em um liquidificador de humores
entorpecedor que trouxe todas as memórias dessas últimas trinta e seis horas de
volta à tona.
Começou
com um distintivo. E um Detetive Soares tão suado quanto ele estava agora.
*****
Soares
terminara de saborear seu sanduíche de queijo quente e agora se preparava para
voltar, tomando todo o tempo possível, para seu escritório. Ainda era de manhã
e o dia estava belo, radiante, azul e solar- além de surpreendentemente ameno
para uma cidade habitualmente infernal como Salvador.
Adentrou
o prédio- Edifício n°505, vulgo João Pessoa-e deparou-se com a primeira má
notícia do dia: O corredor modernista que levava ao elevador do prédio,
geralmente escuro e mal-iluminado como somente a arquitetura modernista sabe
ser, estava dessa vez pura e simplesmente negro. “Outro corte de luz”,
amaldiçoou, pontuando sua exclamação, após uma pausa mental, com “Merda.”
Se
preparou para dar meia volta e partir novamente para a cidade. Seus braços
calorosos e brisas frescas o chamavam.
Pensou
porém quase que imediatamente em Sara. E se ela já tivesse chegado?
Segue
abaixo uma dramatização do diálogo mental entre duas partes opostas do cérebro
de Soares, sendo que uma, de nome Consciência 1, é à favor de ele ignorar seus
deveres e voltar para a rua, e a outra, Consciência 2, é à favor dele voltar
para o escritório.(Adicionalmente, se essa for a vontade do leitor, poderá
representar Consciência 1 como um diabinho e Consciência 2 como um anjinho,
ambos flutuando sobre um ombro diferente de Soares)
CONSCIÊNCIA
1: Blá blá blá, e se Sara tiver chegado?
E se quem liga? Esse não é o trabalho dela afinal de contas, chegar cedo,
cuidar da papelada e tudo mais? Ela já se atrasou, você deveria é, isso sim,
demití-la.
CONSCIÊNCIA
2: Estás maluco? É o dever dele voltar para o escritório; que exemplo ele
estaria dando à Sara? Se ela perceber que o seu patrão é malandro, ela vai
começar à chegar cada vez mais tarde. Ah, e “E se quem liga” está
gramaticalmente incorreta.
CONSCIÊNCIA
1: E se e daí? Eu sou a consciência do mal que não oferece opiniões razoáveis,
posso perfeitamente dizer frases gramaticalmente incorretas. Bom, voltando ao
assunto, o clima lá fora está delicioso, coisa que é rara nesses tempos. O
camarada aqui embaixo acabou de comer um sanduíche de queijo muito do vagaba, e
dificilmente vai ter estômago(com perdão do trocadilho) de subir essa
escadaria, que ainda por cima está escura e com cheiro de urina.
CONSCIÊNCIA
2: Mas o nosso dinheiro está acabando! Imagina se tiver chegado um cliente
endinheirado pedindo para que espiemos a filha dele para ver se ela está saindo
com um namorado hippie? Isso resolveria todos os nossos problemas financeiros.
CONSCIÊNCIA
1: Evasão, evasão! Você não
respondeu sobre demitirmos a Sara. Ela é obviamente incompetente, e, com todas
as refugiadas do interior enchendo as ruas da cidade, achar uma substituta não
vai ser difícil. Secretárias precisam no máximo saber ler e atender ao
telefone.
CONSCIÊNCIA
2: É, mas... a Sara é um broto legal.
CONSCIÊNCIA
1: ...
CONSCIÊNCIA
2: Sim?
CONSCIÊNCIA
1: Tá bom, tá bom, vamos subir.
E,
findo o combate interno no inconsciente de Soares, ele subiu.
*****
Soares
amaldiçoou o próprio nome e sua consciência enquanto dava os seus últimos
passos para fora da escadaria cheirando à urina e à o que mais tivessem
esquecido nela.
Andou
matematicamente, sem pensar duas vezes ou sequer olhar, para seu escritório,
respirando fundo e suando. Mas foi ao se aproximar que percebeu que havia algo
de errado; ele apenas não conseguia definir o que.
Os seus
olhos tinham se apegado tão fortemente à visão que tinha no dia à dia do lado
de fora de seu escritório(uma porta de madeira manchada e de qualidade
duvidosa, em cujo centro pendurava-se uma pequena placa de metal com os dizeres
DR. SOARES, DETETIVE PARTICULAR. ) que eles a modificavam para essa versão
“rotineira” automaticamente, mesmo que houvesse alguma coisa diferente- por
exemplo, se ela tivesse sido derrubada.
Nesse
dia em particular, a porta não havia sido derrubada, mas estava entreaberta.
Soares só percebeu isso, finalmente pondo fim à sua charada sobre o que estava
diferente afinal de contas, quando tentou enfiar sua chave no buraco e ela
simplesmente empurrou a porta. Nesse momento seu cérebro sofreu um indetectável
estalo e Soares se preparou para ver qualquer coisa do outro lado da porta, de
Sara à um ladrão comum roubando sua... papelada? É, porque não.
*****
-Ora,
olá, doutor Soares!
A voz
que disse essa frase grave, uniforme e ecoante, digna de um tenor. Ela vinha de
um homem moreno e corpulento, de pele oleosa, quase gosmenta. Trajava um
sobretudo cinza e um chapéu, espetacularmente inapropriados para essa cidade,
ainda que o dia fosse ameno. Mas não era nisso que Soares estava pensando. A
frase amigável e cordial dita pelo sujeito não era adaptada à seu tom de voz,
severo, sério. A entonação bizarra e fora de lugar transformou uma saudação à
princípio perfeitamente comum em uma frase que se assumia como desnecessária, o
prelúdio supérfluo de assuntos mais sérios e com conseqüências dramáticas.
-Oh,
olá- disse Soares, descartando esses pensamentos em uma patada.
-Como
vai?-disse o homem, mantendo o mesmo tom de voz desconfortável.
-Bem,
bem- mentiu Soares. Ele não estava bem; na verdade, aquela conversa estava
fazendo com que o queijo-quente que comera se debatesse em seu estômago.
-Excelente-
respondeu o sujeito, com um sorriso largo. Ele tirou então seu chapéu brilhoso
e cinza e seu par de óculos escuros, e sua expressão mudou para outra, mais
séria, quase instantaneamente. Curiosamente, debaixo de seu grosso par de
óculos escuros, havia um segundo par.
-Eu
adoraria continuar falando sobre o dia, Doutor Soares- disse, mantendo um olhar
de austera impassividade- Mas não temos tempo para isso. Ao invés disso, vim
fazer para você uma proposta.
Nesse
ponto, evitando contato visual direto com o homem, Soares andou até a mesa que
normalmente era de Sara e nela se sentou, pondo os pés na mesa e as mãos no
bolso.
-Não
sei se sabe, mas eu não estou exatamente na ativa- respondeu secamente Soares.
O homem
riu. Uma risada baixa, gutural.
-Não
deseja nem ouvir a proposta?
-Hum...-cogitou
Soares, brincando com o bigode fino que cultivava sobre os lábios.- Se por isso
você estiver dizendo que poderei fingir que estou interessado, então sim, quero
ouví-la.
O
homem, suando mais do que nunca, a sua pele derretendo como uma massa oleosa,
sorriu mais uma vez enquanto limpava os óculo no sobretudo.
-Não
sei se você entendeu direito. Homens, podem entrar.
A porta
bateu com força contra a parede. Três figuras entraram na sala com passos
pesados, tonitruantes. Em poucos segundos, antes que Soares pudesse sequer pensar em uma rota de
fuga, os três haviam formado um círculo em volta da mesa de Sara. Um deles, usando
o característico uniforme verde-oliva do Exército Americano, apontou um rifle
para o seu pescoço. Os outros dois eram tipos pálidos, cinzentos quase,
trajando ternos negros elegantes e longilíneos. Por alguns segundos, Soares
pôde jurar que eles eram quase idênticos.
-Mostre
a mala- disse o primeiro à chegar, de um gesto de mão menosprezante.
Um dos
homens de preto de fato trazia consigo uma grande e escura mala, que ele jogou
sobre a mesa com violência.
Ele
continuou à encará-lo por detrás dos óculos escuros, os lábios curvados e
endurecidos demonstrando um profundo desprezo, ou talvez apenas uma tática de
intimidação psicológica.
-Abra-disse
o primeiro homem, sério, quase como se tivesse uma intenção de acabar com isso
logo.. O coração de Soares começou à bater cada vez mais forte, ao ponto de
quase estourar. O homem de preto, de uma mão lenta e sinuosa, abriu lentamente
a mala, perfurando Soares com seu pesado olhar. Soares então viu o conteúdo da
mala.
Estava
vazia.
Soares
percebeu que seu corpo tinha afundado na dura e desconfortável cadeira de Sara,
na qual estava agora praticamente deitado. Reergueu-se, suspirando com força.
-Como
você pode ver, doutor Soares- disse o homem de sobretudo, recolocando os
óculos- essa mala está vazia. Sabe porque?
Soares,
nesse momento tinha certeza de que estava lidando não com uma autoridade
responsável e sim com algum tipo de maluco, então simplesmente mexeu a cabeça
de um lado para o outro.
-Excelente,
eu queria mesmo dar essa explicação. Veja só, essa mala está vazia porque
normalmente deveria haver algo nela! Só que como essa coisa não existe, a mala
não pode ser preenchida. Essa coisa de que estou falando é, para sua
informação, Dr. Soares, a sua permissão para exercer sua profissão de detetive
particular.
“Esse
cara é maluco”-pensou Soares, enquanto tentava encontrar uma desculpa
crível para poder fugir de lá o mais rápido possível. Encontrou uma logo.-Puxa,
hem... que situação desagradável, né?- disse, entre uma risada amarela e
outra.-Mas isso tudo é um grandíssimo engano. Grandíssimo engano. Se puderem
gentilmente tirar essa arma do meu pescoço, eu posso ir lá dentro e procurar
a...
-Boa
tentativa, Soares! Realmente brilhante. É realmente uma pena que já arrombamos
a porta do seu escritório e procuramos por lá antes, então sabemos que você não
tem permissão porra nenhuma.
-Não,
eu tenho sim! Espera aí, vocês o que?
-Williams,
Butt.- berrou o de sobretudo. Soares ficou temporariamente cego, e quando
recobrou a visão, alguns segundos depois, estava com o rosto sobre a mesa, e
uma ardência forte na cabeça. O maldito soldado lhe dera uma coronhada de
rifle- felizmente, de leve.
-Entenda,
Soares- disse o de sobretudo, acendendo um cigarro com um isqueiro prateado e
falando entre baforadas.-Eu poderia te matar agora, mas seria muito simples,
quase... sem graça. Tenho domínio total sobre você. Ao invés disso, agora que
nós sabemos que você não possui permissão alguma para continuar dirigindo esse
negócio xexelento, podemos tirá-lo de você, e você terá uma punição mais lenta
e cruel que a morte: será forçado à vagar as ruas e mendigar para as mesmas
pessoas que desprezava, sendo reduzido à um mero excremento da sociedade. Ah, e
daí nós te matamos.
-Mas
qual é o propósito de tudo isso?- choramingou Soares em pânico.- O que vocês
querem de mim?
O homem
de sobretudo se ergueu, e olhando para a parede, disse, de uma voz ainda mais
grave que normalmente:
-Poder.
O poder puro, simples, absoluto.
-Isso é
sério?
-É
claro que não! Eu só estou fazendo troça com essa sua cara de imbecil. Quer
dizer, é verdade que o poder absoluto é sempre o nosso objetivo. A salvação da
democracia, do capitalismo e do cristianismo são o bônus. Mas não, o verdadeiro
motivo é muito mais simples. Nossa inteligência militar diz que você cometeu
muitos crimes além de praticar o seu negócio sem licença. O problema é; tanto
suas proezas como investigador particular como seus... “outros talentos” são
muito úteis para nós.
-E o
que... vocês querem que eu faça?- disse Soares massageando levemente o calombo
que tinha na cabeça e que parecia estar crescendo.
-É
simples. Talvez você já tenha ouvido falar desse sujeito.
O homem
de sobretudo assentiu para um dos homens de preto, que tirou do bolso uma
fotografia 2X4, em preto e branco e ligeiramente amassada.
-Olha...
- disse Soares, sem ter certeza.
-Esse é
Cassius Zumbi Mandela Wesizwe.- disse, interrompendo Soares.- Os relatos da
maioria das pessoas que tem contato com ele e que pudemos contatar são quase
unânimes em dizer que ele chegou na cidade há uns três anos atrás, em abril de
65. À princípio, não era ninguém; mas nos últimos nove meses tem crescido em
influência e poder entre a população negra de Salvador. Ele propõe uma mistura
estranha de ideologias; comunismo com besteirol racial, se quiser.
-O pior
dos dois mundos?-Adicionou Soares, esperando fazer uma nota espirituosa. O
homem de sobretudo não riu.
-É mais
ou menos isso, mesmo. Pelo que podemos entender por alguns panfletos que tem
sido distribuídos por aí, ele vê os negros como a classe oprimida do Brasil. A
revolução, além de social, deveria ser racial, e os negros herdariam a Terra
por serem os descendentes de escravos que trabalharam o campo sob o sol
enquanto os brancos descansavam.
-Minha
nossa.
-Foi
mais ou menos a minha reação também. O fato é, apesar de sua visão no mínimo
genocida da guerra atual, ele tem conseguido angariar seguidores, e estes se
reúnem em um prédio na Praia do Porto. As escutas que botamos lá sugerem que
eles estão planejando algo grande... para amanhã à noite.
-Amanhã
à noite?! Cacete, não podia ter avisado mais cedo não?!
O homem
de sobretudo enxugou o suor do rosto com a luva de couro grosso. Ele parecia
ser feito só de água.- Descobrimos a primeira menção desse “evento” tem 2 dias.
Foi tempo de definirmos nossa estratégia, escolhermos um detetive para nos
ajudar na operação, arrombarmos o seu escritório em busca de provas
incriminatórias e então cooptá-lo para que se juntasse à nós.
Um
certo silêncio se instalou, com o homem de sobretudo olhando para o vazio por
alguns instantes enquanto Soares continuava cutucando o galo em sua cabeça.
-Mas
uma coisa eu não entendi- perguntou Soares, agora já mais calmo- Esse cara
odeia brancos, certo? Como eu sou suposto me infiltrar no grupo dele ou chegar
perto o suficiente para poder saber de qualquer coisa?
O homem
de sobretudo mais uma vez riu gravemente. Os homens de preto e os soldados
continuaram impassíveis, sólidos como rocha. Sem nenhum senso de humor, embora
o senso de humor de seu chefe fosse no mínimo... peculiar.
-É
impressionante não é? Alguns minutos sob o meu domínio e você já começa à ficar
passivo, cooperativo, amigável, tentando criar algum tipo de conexão emocional
com o seu reles carcereiro. É um efeito interessante que eu produzo nas
pessoas. Penso em chamar de... Síndrome do Capitão Orfeu.
Soares
revirou os olhos.
-Você
não acha que o fato de eu estar aceitando essa minha situação lastimável tem
mais à ver com o fato de minhas únicas alternativas serem morrer de fome na rua
ou morrer, ponto?
O homem
de sobretudo subitamente quase que transfigurou-se em outra pessoa, mais
amigável.
-Ei ei
ei, não diga isso. Não se trata de uma escolha de vida ou morte. Vou falar a
verdade pra você: Pareces um cara simpático e nós devíamos tomar um chopp ou ir
à praia, qualquer dia desses, sabe. Trocar umas idéias. Jogar conversa fora.
Quando a guerra acabar. Eu não ligo pra guerra, e nem pros comunistas pra ser
sincero. Se eles quiserem usar camisas vermelhas e doar uns manuais de
guerrilha aos índios, eu não ligo. Também não ligo pros americanos. Esses
americanos aqui do meu lado, eles só conhecem algumas palavras que eu ensinei
há 3 dias. O recruta Williams aqui do lado, por exemplo, não sabe nem a palavra
em português pra ‘Butt’.
Soares,
de súbito, ficou sem ver novamente. Sentiu uma porrada na nuca e um filete de
sangue escorrendo pelos cabelos.
-...Que,
talvez você saiba, é a palavra em inglês para “coronhada”. Enfim, o fato é, se
você nos ajudar nessa missão, o Cassius vai estar acabado, e essa guerra pode
acabar no ano que vem; se o Hubert Humphrey ganhar as eleições nos Estados
Unidos e os reforços que o Johnson prometeu chegarem, nós derrotamos todos os
vermelhos no máximo até 1970. E acabar com essa guerra o mai cedo possível é
uma das melhores coisas que possamos fazer agora pelo nosso país.
Soares
levando uma cabeça, e, com uma dor fulgurante no crânio, interrompeu-o:
-Você
ainda não disse o que tem pra mim.
-Ah, é
verdade. Desculpe. É que às vezes eu me empolgo com a perspectiva de realizar
algo tangível e parar nos livros de história do mundo todo. Sem problemas.
Enfim, como eu disse, quando a guerra acabar, e todas essas guerrilhas
irritantes pelo país forem derrotadas, o Rio de Janeiro vai voltar à ser um
lugar habitável rapidinho. Sabemos como você gosta de lá, então eu conversei
com o General Westmoreland e ele disse que te dará uma casa no bairro de sua
preferência, e uma generosa pensão para a vida toda.
No meio
disso tudo, Soares só conseguia pensar: “E onde está essa Sara, que não chega?”
-Aceito-
disse ele, sem pensar muito.
-Excelente!
-Mas eu
tenho um pedido antes de começarmos.
-Ah...
sim, diga.
-Me
traz um curativo, que eu acho que o meu cérebro pode vazar à qualquer momento.
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