quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Carcerose

Nasce um verme no antro do destino
arranha, apanha, no centro do intestino
Sujo, mirrado, turro de lado
selado do outro, lá, apaixonado.

Ágape acaba acariciando o ácaro
passo a passo, e permeia o pássaro
tal forma! tal cor! Tal vil lataria
a força e o ardor, de uma hospedaria
Tal corpo, tal ser, tal reto tal verso
tal curva, tal linha. É sua, ou minha?

Frente, atrás, verso e estrofe
moedas guardadas no fundo de um cofre
E as fadas do mundo sofrem
E nas patas de um imundo animal
Vive o imenso, vive o carnal
Eclipse dourado devorando a sua fúria

Pois é, ou não é, julgado necessário?
O Poeta, desarmado, cala a luxúria
E guarda o que tem no armário.

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