13 horas, 26 minutos
Na sala de reuniões da base de Karamcharai, vizinha da
base aérea de Ogan, as discussões estavam sendo feitas em murmúrios. À qualquer
momento, o Ministro da Guerra iria chegar, para falar de um assunto importante.
A porta bateu, e todos olharam para trás. O Ministro
entrava, dando passos largos, e gritando no caminho.
-É UM ABSURDO! VOCÊS VIRAM O QUE FIZERAM NA PRAÇA CENTRAL?
VIRAM?! VIRAM?!
Todos já sabiam , mas não disseram nada com medo de soarem
grosseiros.
-FICARAM PELADOS! ESTÁ TODO MUNDO FICANDO PELADO EM FRENTE
AO PALÁCIO POTALA! Isso precisa acabar.
Um criado andou até Gyatso, carregando uma bandeja com um
copo d’ água. Os assessores tentavam fazer sinais discretos dizendo para ele
que não era uma boa idéia.
Gyatso bebeu três goles do copo d’ água e olhou por alguns
segundos para o criado. Então jogou o copo em sua cara, espatifando-o, e
arrancou a bandeja das mãos do criado, usando-a para bater em sua cabeça.
Vários gritos de protesto se elevaram na sala.
-Calados, vadias!- disse Gyatso, e os técnicos se
calaram.-É o seguinte: eu já agüentei aqueles manifestantes por tempo
demais.-Apontou para um técnico que ainda continuava digitando.-Você! - O homem
virou-se para ele, temeroso das conseqüências.-Precisamos evitar baixas nossas
à todo custo. Preciso que chame a 12a Companhia de Artilharia do Coronel
Baatarsaikh. Ela deve se posicionar no Promontório Sereno, que tem uma vista de
toda a Praça, e, à minhas ordens... Atirar.
O técnico olhou para o telefone do seu lado.
-Vamos, ligue- disse Gyatso.
O técnico relutantemente tirou o telefone do gancho e
discou o número do Coronel Baatarsaikh, sabendo que estava condenando milhares
à morte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário