24 horas, 25 minutos
-E então, onde exatamente está o tal de Chimid?
-Ele está lá perto dos caixotes. Digam-me, por que desejam
vê-lo?
-Ah, sou repórter do Canal 4.
-E eu sou o cameraman dela.
O soldado parou um instante e olhou para Li, com sua roupa
meio-pijama, meio-tailleur amassado. Repórter. Certo.
Depois de uma longa caminhada, finalmente avistaram os
caixotes e do lado deles, um enorme caminhão do exército.
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O sol começava à nascer em Bukkara mas já havia chegado
faz tempo no Promontório Sereno, onde a nuca careca de Zheng Gyatso já estava
vermelha como a túnica de um monge.
Os gritos da multidão continuavam e sua cabeça estava cada
vez mais dolorida.
Atacar ou não atacar? Se atacar, tenho uma chance de me
livrar deles e ganhar o amor do Dalai Lama. Mas nada os impede de entrar no
Palácio mesmo assim- seus números são muito superiores, e as chances de eu
mesmo ir parar no cadafalso logo depois são enormes. Mas se não atacar, não
quero nem pensar no que o velho Tenzin vai fazer com meu couro.
-Tenente!
-Sim Senhor General, Senhor!
-A munição já chegou?
-Não senhor, o blecaute ainda não foi resolvido.
-Certo... Certo.
Talvez Chimid não fosse tão ruim. Já ouvira falar bem
dele; que era um cavalheiro, sempre disposto à dialogar- um dos oficiais mais
respeitados pelos subalternos em todo o Exército. E, é claro, um pouco de
diálogo não faria mal.
-Tenente!
-Sim?
-Prepare meu jipe. Eu vou descer.
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